Não sou fã de carteirinha, mas entendo e respeito toda a obra de Michael Jackson. Acima de tudo, ele revolucionou o modo de cantar, compor, dançar e fazer clipes. A televisão começou a passar inúmeros vídeos, shows e reportagens sobre ele. Quando fizeram uma retrospectiva de sua obra, senti certa nostalgia ao ver os clipes desde o começo de sua carreira e vi minha vida passando junto com as imagens que apareciam. Sou de 1981 e seu maior sucesso, de 1982. Por isso, não sei bem o que aconteceu na época. Sei das histórias pelos relatos de minha mãe, inclusive, anterior ao meu nascimento, ela dançou muito ao som de seu disco que estourou em 1979, "Off the Wall", o primeiro CD em carreira solo. Inclusive antes, ainda na época do Jackson's 5, soube que ela teve que escolher entre a compra de um sapato ou um compacto da banda: a escolha foi pela música. Infelizmente esta relíquia foi "perdida" mais tarde pelo meu tio com muitos outros vinils que ela tinha.
Quando soube de sua morte, pelo meu irmão que saiu correndo do quarto, não acreditei de cara. Liguei no jornal e as informações ainda eram desencontradas. Pouco tempo depois, a notícia foi confirmada. Recordei rapidamente da morte de Ayrton Senna que para mim, a recordação daquele dia ainda é nítida, clara e cristalina. Acordei cedo como todo domingo de Fórmula 1 e fiquei abalado quando vi a curva que não foi traçada e pedaços do carro espalhados pelo ar. Susto e apreensão. Olhos vidrados, inércia. Pouco depois, muitas informações chegavam e não sabia bem o que estava acontecendo. Com a agitação dos meus 13 anos, no começo da tarde, não fiquei em casa. O assunto era o mesmo em todos os cantos. Resolvemos nos distrair um pouco e fomos até a quadra jogar futebol. Conseguimos o esperado. Nos distraímos naquele dia ensolarado. Lembro perfeitamente que no meio do jogo, um dos meus amigos trouxe a notícia: Senna havia nos deixado. Ficamos perplexos, pois não acreditávamos que isso poderia acontecer. Ele havia acabado de chegar a Williams, grande equipe da F1 naquele ano. Ele ainda ganharia muitas outras corridas. Não é possível!!!! Tentamos continuar o jogo, em vão. Minha cabeça estava confusa. Meu herói não estava mais entre nós. Fico me perguntando hoje se meu amor pelo Brasil é reflexo de todas as declarações que ele fazia ao país e acredito que sim. Chorei muito, um choro silencioso, calado, doído. Sentia vergonha de chorar na frente das pessoas. Chorava em casa, vendo as imagens, escutando aquela música tão característica do homem vitorioso que ele foi. Me doía aquele sentimento. 15 anos depois, ele ganhou novas homenagens. Meus olhos voltaram a encher-se de lágrimas, senti mais uma vez aquela dor dentro do peito, uma dor que não passará jamais.
Voltando a falar sobre o Rei do Pop, escutei uma coisa que não havia pensado. Realmente é triste que ele vá tão novo, mas se pensarmos, o artista já havia "morrido" a algum tempo, aos poucos, depois de tantos acontecimentos terríveis em sua vida. Penso que ele também não teve culpa, as histórias de maus tratos de seu pai certamente não deixaram que ele fosse uma pessoa normal. Além disso, uma frase de Danilo Gentili resume tudo: A glória absoluta é algo grande demais para seres tão pequenos como nós. E ele sucumbiu a toda essa glória...
Vá em paz MJ!
sábado, 27 de junho de 2009
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E aí Mono
ResponderExcluiratualiza a bagaça
abração